Você sabia que há seis métodos para dimensionarmos um reservatório de águas pluviais par aproveitamento?
As áreas urbanas de grandes municípios brasileiros sofrem com constantes enchentes e isso se deve a falta de planejamento quando se refere a este assunto.
De forma macro os municípios, como São Paulo, estão executando obras paliativas para tentar reverter ou diminuir os impactos causados pela ocupação urbana desordenada.
Uma forma de se fazer isso é através de reservatórios de retenção ou detenção para macro drenagem, e outra é atuar de forma distribuída e com captação e redução no ponto inicial do escoamento, que são os imóveis particulares/lotes.
Pensando na segunda opção temos os Sistemas de Aproveitamento de Águas Pluviais, que ajudam através da diminuição da água lançada pelos imóveis no sistema público de drenagem.
O professor Enedir Ghisi, da Universidade Federal de Santa Catarina, possui um material completo sobre o assunto, vale a pena conferir.
O que é um reservatório de Aproveitamento de águas pluviais?
Reservatório de águas pluviais é o local onde fica armazenada a água da chuva caída em edificações ou em qualquer outro local na cidade.
Como dimensionar um reservatório de águas pluviais?
Antes de tudo, é necessário saber alguns parâmetros:
Demanda (litro/hab.*dia);
Coeficiente de escoamento;
Área de captação;
Precipitação local;
Descarte inicial.
Depois de descoberto os parâmetros necessários, é possível dimensionar o reservatório pelos seguintes métodos:
Método de Rippl
Método de Simulação
Método de Azevedo Neto
Método Prático Alemão
Método Prático Inglês
Método Prático Australiano
Método Rippl
O Método de Rippl é a diferença entre o volume de consumo com o volume que é aproveitado da chuva. Ele depende do volume do reservatório no decorrer do tempo.
É calculado pela seguinte equação:
Sendo:
Q(t) é o volume de água pluvial no tempo t (L);
C é o coeficiente de escoamento superficial (0,80);
P é a precipitação média no tempo t (mm);
A é a área de captação em projeção no terreno (m2);
S(t) é o volume de água pluvial no reservatório no tempo t (L);
S(t-1) é o volume de água pluvial no reservatório no tempo t-1 (L); e
D(t) é o consumo ou demanda de água pluvial no tempo t (L).
Método de Simulação
O Método de Simulação é o volume predefinido com uma parte do reservatório, que simula o comportamento do volume da água reservada.
É calculado pela seguinte equação:
Sendo:
Q(t) é o volume de água pluvial no tempo t (L);
C é o coeficiente de escoamento superficial (0,80);
P é a precipitação média no tempo t (mm);
A é a área de captação em projeção no terreno (m2);
S(t) é o volume de água pluvial no reservatório no tempo t (L);
S(t-1) é o volume de água pluvial no reservatório no tempo t-1 (L); e
D(t) é o consumo ou demanda de água pluvial no tempo t (L).
Método de Azevedo Neto
O Método de Azevedo Neto é o método prático brasileiro. Ele obtém o volume do reservatório através de uma equação:
Sendo:
V é o volume de água no reservatório, ou o volume do reservatório de água pluvial (L);
P é a precipitação média anual (mm);
A é a área de captação em projeção no terreno (m2); e
T é o número de meses de pouca chuva ou seca
Método Prático Alemão
No Método Prático Alemão é tomado o menor valor do volume do reservatório; 6 % do volume anual de consumo ou 6 % do volume anual de precipitação aproveitável, e se tem a seguinte equação:
Sendo:
V é o volume de água de pluvial anual (L);
D é a demanda anual da água não potável (L); e
Vadotado é o volume do reservatório (L).
Método Prático Inglês
O Método Prático Inglês consegue o volume pela seguinte equação:
Sendo:
V é o volume de água pluvial, ou o volume do reservatório de água pluvial (L);
P é a precipitação média anual (mm); e
A é a área de captação em projeção no terreno (m2)
Método Prático Australiano
O Método Prático Australiano obtém o volume através da seguinte equação:
Sendo:
Q é o volume mensal de água pluvial (L);
A é a área de captação em projeção no terreno (m2);
C é o coeficiente de escoamento superficial (0,80);
P é a precipitação média mensal (mm); e
I é a interceptação da água que molha as superfícies e as perdas por evaporação (seguindo recomendação da NBR 15527 (ABNT, 2007), consideraram-se 2 mm).
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