A saída de emergência é um dos componentes mais importantes em um projeto de combate a incêndio. Vamos aprender como calculá-la.
A saída de emergência permite que todos os presentes em uma construção em chamas saiam em segurança.
Além disso, ela também é responsável por permitir o fácil acesso do auxílio externo (bombeiros) que combate o fogo e ajuda na retirada das pessoas.
A execução das saídas de emergência é regida pela NBR 9077/2003.
No entanto, é importante ressaltar que cada estado da federação possui uma regulamentação própria e que deve ser utilizada junto com a norma nacional.
Antes da saída de emergência ficar da forma que conhecemos, é preciso que o engenheiro civil passe por diversas etapas.
Como calcular saídas de emergência?
Para explicarmos como é realizado esse procedimento, até a parte do cálculo da saída, dividiremos ele em 3 partes:
Classificação;
Cálculo da população;
Dimensionamento das saídas de emergência – largura das saídas;
Classificação
O primeiro passo para calcular as saídas de emergência de uma construção é classificá-la levando em conta a sua ocupação, altura, dimensões em planta e as características construtivas.
Para isso, é necessário consultar as tabelas de classificação da NBR.
Nós já publicamos um texto exemplificando esse processo, onde você poderá achar as tabelas de classificação.
Cálculo da população
É a partir do cálculo da população que as saídas de emergência são dimensionadas.
Para isso, é preciso considerar as classificações estabelecidas anteriormente e analisar a tabela 8.3 da IT 11, que apresenta os coeficientes de capacidade de unidade de passagem.
Dimensionamento das saídas de emergência – Largura das saídas
A largura das saídas é definida a partir da quantidade de pessoas que irão transitar por elas.
Para isso, é necessário analisar alguns critérios:
Os corredores são dimensionados em função dos pavimentos que sirvam à população;
As escadas, rampas e descargas são definidas a partir do pavimento que comporta o maior número de pessoas, determinando as larguras mínimas para os outros pavimentos, considerando o sentido de saída.
A fórmula que estabelece a largura das saídas (corredores, escadas, descargas e outros) é:
N = P/C
Onde:
N: número de unidades de passagem;
P: população, conforme o coeficiente da tabela acima; C: capacidade da unidade de passagem, conforme a tabela acima.
Nota:
A largura mínima de uma passagem é 0,55m;
C = número de pessoas que passa por uma unidade em 1 minuto;
A largura mínima da saída é a multiplicação do N por 0,55m;
No cálculo da largura das saídas, deve ser atendida a metragem total da soma das larguras, quando houver mais de uma saída, aceitando-se o que for múltiplo de 0,55;
As larguras mínimas das saídas de emergência para as rampas, escadas, descargas ou acessos devem ser de 1,2m;
As larguras mínimas das saídas devem ser: 1,1 m para as ocupações gerais, que corresponde a duas unidades de passagem de 0,55m. Já para as ocupações do grupo H essa largura corresponde a 2,2m.
Vamos fazer um exemplo de aplicação?
Imagine uma escola de ensino médio com uma população de 300 alunos.
Segundo a tabela 8.3 da IT 11, que enquadra essa escola como grupo E.
De acordo com a tabela, o coeficiente para o dimensionamento da escada e das rampas
dessa escola é 75.
Então, dividindo a população por esse valor encontra-se o número de unidades de passagem.
N= 300/75
N= 4 unidades de passagem
Ainda seguindo a tabela 8.3 da IT/2019 SP cada unidade de passagem equivale a 55cm.
Portanto, teremos uma escada e uma rampa com largura mínima de 2,20m.
No caso das portas, corredores e descarga o coeficiente para dimensionamento é 100.
N= 300/100
N= 3 unidades de passagem
Multiplicando esse número pelo coeficiente de unidade de passagem (55cm), descobriremos que a largura mínima das portas, corredores e da descarga será de 1,65m.
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